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04/09/2025 14:33

Tudo o que você precisa saber sobre dor de cabeça e enxaqueca

A dor de cabeça, ou cefaleia, está entre os problemas de saúde mais comuns no mundo. Apesar disso, esses problemas ainda são subdiagnosticados e tratados de forma inadequada. Com informação correta, é possível reconhecer os sinais, prevenir crises e buscar o tratamento ideal.

Nesse artigo, leia sobre:

1. O que é cefaleia?
2. O que é enxaqueca?
3. Dados epidemiológicos
4. Fatores que desencadeiam a enxaqueca
5. Fases da enxaqueca
6. Diagnóstico
7. Prevenção e tratamento das crises
8. Quando procurar ajuda médica?
9. Conte com o nosso plano para se cuidar
10. Autodeclaração de saúde
11. Referências bibliográficas

O que é cefaleia?

il1_enxaqueca.jpgCefaleia é o termo genérico para qualquer dor de cabeça, sendo classificada em duas categorias principais:

CEFALEIAS PRIMÁRIAS
São aquelas em que a dor de cabeça é o problema principal e não resultado de outra doença, conforme abaixo:

  • Cefaleia tensional: é a mais comum. Caracteriza-se por dor em pressão, em forma de “capacete”, geralmente bilateral. Está associada a tensão muscular, estresse, má postura e ansiedade.
  • Enxaqueca: é uma cefaleia pulsátil, geralmente unilateral, que pode ser acompanhada de náusea, vômito, sensibilidade à luz (fotofobia) e ao som (fonofobia), e, em alguns casos, alterações visuais chamadas de "aura".

Cefaleia em salvas: menos comum, mas extremamente dolorosa. A dor é intensa, localizada em um lado da cabeça, geralmente ao redor do olho, e pode durar de 15 a 180 minutos.

CEFALEIAS SECUNDÁRIAS
Resultam de outras condições médicas, como:

Infecções (sinusite, meningite)
Problemas vasculares (AVC, aneurismas)
Traumatismos cranianos
Tumores cerebrais
Hipertensão arterial grave

O que é enxaqueca?

A enxaqueca (migrânea) é uma doença neurológica crônica, caracterizada por crises recorrentes de dor de cabeça, muitas vezes incapacitante. Segundo a Classificação Internacional das Cefaleias (ICHD-3), as crises podem durar de 4 a 72 horas e variam de moderadas a graves.

No Brasil, a prevalência anual da enxaqueca é de 15,8%, acometendo cerca de 22% das mulheres e 9% dos homens, com pico de predominância entre 30 e 50 anos. A migrânea sem aura (75% dos casos) é mais frequente do que a com aura (25% dos casos)6. Cerca de 80% dos pacientes têm um familiar direto acometido6.

Dados epidemiológicos

dados.pngSegundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), metade da população mundial sofre com dor de cabeça em alguma fase da vida, com maior prevalência no sexo feminino. No Brasil, estima-se que cerca de 30 milhões de pessoas sofram de enxaqueca — uma das formas mais incapacitantes de cefaleia. No Brasil, o percentual de cefaleia pode chegar a 93%, enquanto no mundo a estimativa é de atingir 46% da população adulta.

A cefaleia é um dos sintomas médicos mais frequentes. Estudos epidemiológicos têm buscado estimar a sua prevalência em diferentes populações e o seu impacto, tanto na população como no sistema de saúde. A prevalência da cefaleia ao longo da vida é elevada (94% dos homens e 99% das mulheres) e cerca de 70% das pessoas apresentaram o sintoma no último censo (2021)6.

Nos ambulatórios de clínica médica, a cefaleia é a terceira queixa mais frequente (10,3%), suplantado apenas por infecções de vias aéreas e dispepsias (dores ou desconforto na região do estômago e parte superior do abdômen).

Nas unidades de saúde, a cefaleia é responsável por 9,3% das consultas não agendadas, e nos ambulatórios de neurologia é o motivo mais frequente de consulta6.

Pacientes com cefaleia representam 4,5% dos atendimentos em unidades de emergência, sendo o quarto motivo mais frequente de consulta nas unidades de urgência6.

A enxaqueca pode comprometer a produtividade no trabalho, o convívio social e o bem-estar emocional. Segundo a OMS, é uma das 10 doenças mais incapacitantes do mundo, impactando no absenteísmo e na saúde mental, especialmente em mulheres entre 15 e 49 anos.

O diagnóstico correto e o tratamento adequado melhoram significativamente a qualidade de vida da pessoa com enxaqueca.

Fatores que desencadeiam a enxaqueca

Cada pessoa tem seus próprios gatilhos, mas os mais comuns são:

Jejum prolongado
Estresse emocional ou relaxamento pós-estresse
Mudança na rotina do sono
Menstruação e alterações hormonais
Ingestão de álcool, cafeína ou certos alimentos (chocolate, embutidos, queijos curados)
Exposição a luzes fortes, sons altos ou odores fortes
Uso excessivo de medicamentos para dor

Fases da enxaqueca

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1. Pródromo (sinais que antecedem a crise dolorosa): horas ou dias antes da dor, a pessoa pode sentir alterações de humor, cansaço, bocejos, desejo por certos alimentos

2. Aura (presente em 25% dos casos): alterações visuais, sensoriais ou de fala antes da dor.

3. Fase da dor: dor latejante, geralmente unilateral, acompanhada de náuseas, vômitos e fotofobia/fonofobia.

4. Pósdromo (após a crise dolorosa): sensação de cansaço, dificuldade de concentração, irritabilidade.

Diagnóstico

O diagnóstico da cefaleia, especialmente da enxaqueca, é clínico. Ou seja, depende de uma boa anamnese (conversa com o médico) e exclusão de causas secundárias. Exames de imagem, como ressonância magnética ou tomografia, geralmente são solicitados apenas quando há sinais de alerta, como:

Início súbito e muito intenso da dor
Alterações neurológicas associadas
Febre, rigidez na nuca ou confusão mental
Alteração no padrão da enxaqueca

Prevenção e tratamento das crises

il3_enxaqueca.jpgCuidados e mudanças no estilo de vida, associados ao tratamento medicamentoso, modificam o comportamento da condição de saúde, promovendo melhora na qualidade de vida e controle das crises. Exemplos:

  • Dormir bem (7 a 8h por noite)
  • Comer a cada 3 a 4 horas
  • Hidratar-se adequadamente
  • Reduzir o estresse com técnicas de relaxamento ou terapia
  • Praticar exercícios físicos leves e regulares
  • Identificar e evitar gatilhos pessoais

O tratamento preventivo é indispensável para que se tenha sucesso no controle das crises (intervalo entre crises, duração e resposta aos medicamentos de resgate). A escolha do tratamento será realizada pelo médico que coordena seu cuidado, levando em consideração as características da cefaleia/enxaqueca, comorbidades que o paciente apresenta, frequência e comodidade na utilização da medicação para garantir a aderência ao tratamento.

É recomendado nas seguintes situações:

  • Crises muito frequentes (mais de 4 por mês)
  • Crises muito incapacitantes
  • Uso recorrente de medicamentos de resgate

O tratamento das crises é personalizado de acordo com o perfil de cefaleia ou enxaqueca que o paciente apresenta. É muito importante o diário da cefaleia, em que o paciente registra datas da crise, duração, fatores que podem ter desencadeado a crise, uso de medicamentos, tempo decorrido entre o início da crise e o uso do analgésico, tempo de duração da dor e resposta ao analgésico. Esse diário serve como um mapa para que o profissional de saúde possa escolher a melhor estratégia de tratamento e orientar o paciente quanto aos fatores que desencadeiam a crise.

Importante: evitar uso excessivo de analgésicos (mais de 10 dias/mês), pois isso pode causar cefaleia por uso excessivo de medicação – nestes casos pode haver a transformação da cefaleia usual em cefaleia crônica diária, que exige um tratamento mais prolongado e mais complexo.

Quando procurar ajuda médica?

il4_enxaqueca.jpgVocê deve procurar um profissional de saúde se:

  • As dores são frequentes ou muito intensas
  • As dores mudaram de padrão recentemente
  • Existem sintomas neurológicos associados (visão dupla, fala arrastada, fraqueza)
  • Há uso excessivo de analgésico

Conte com o nosso plano para se cuidar

A cefaleia ou enxaqueca, apesar da sua grande frequência e dos transtornos que causam na rotina dos pacientes, tem tratamento: o importante é que o paciente seja parceiro dos profissionais de saúde nessa jornada de cura. Muitas vezes, é necessário o acompanhamento multidisciplinar para que as metas de sucesso sejam alcançadas.

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Autodeclaração de saúde

Já fez a autodeclaração de saúde? A partir dela, conseguimos mapear riscos, entender suas necessidades e indicar os programas complementares de saúde mais adequados à sua jornada, sempre com foco no seu bem-estar.

Acesse o Portal do Beneficiário e clique no menu 'Programas Complementares' para responder ao seu questionário de autodeclaração. No app Saúde Petrobras, o acesso é por meio do Perfil (canto superior direito).

Referências bibliográficas

1. Sociedade Brasileira de Cefaleia. Diretrizes para o Diagnóstico e Tratamento das Cefaleias. https://www.sbcefaleia.com.br
2. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Cefaleia Primária (PCDT). 2021. https://www.gov.br/saude
3. Headache Classification Committee of the International Headache Society (IHS). The International Classification of Headache Disorders, 3rd edition (ICHD-3). Cephalalgia. 2018.
4. WHO. Headache disorders: Fact Sheet.
5. GBD 2019 Diseases and Injuries Collaborators. Global burden of migraine and tension-type headache. Lancet Neurol. 2020.
6. Brazilian Journal of Development: Perfil epidemiológico do SUS: enxaqueca em caráter de urgência no Brasil, entre 2017 e 2021

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