05/09/2025 11:21
Entenda o hipotireoidismo e a importância da prevenção dessa condição
O hipotireoidismo é uma condição crônica que exige atenção contínua. No entanto, com diagnóstico precoce, tratamento adequado e estilo de vida saudável, a maioria das pessoas com hipotireoidismo pode levar uma vida plena e produtiva, reduzindo o impacto da condição e suas interações com outras esferas da saúde. A conscientização sobre os sintomas e a importância da busca por avaliação médica são passos cruciais para garantir o bem-estar da população.
Nesse artigo, leia sobre:
1. O que é hipotireoidismo?
2. Dados epidemiológicos
3. Como o hipotireoidismo se relaciona com outras condições de saúde
4. Como prevenir e tratar o hipotireoidismo
5. Conte com o nosso plano para se cuidar
6. Autodeclaração de saúde
7. Referências bibliográficas
O que é hipotireoidismo?
O hipotireoidismo é uma condição em que a glândula tireoide não produz hormônios em quantidade suficiente. Esses hormônios são cruciais para regular o metabolismo do corpo, influenciando desde a energia e o humor até a temperatura corporal e o peso.
Quando a tireoide desacelera, o corpo todo segue o mesmo ritmo, resultando em uma série de sintomas muitas vezes sutis, mas que podem impactar significativamente a qualidade de vida.
Dados epidemiológicos
O número de pessoas com hipotireoidismo varia globalmente, mas dados indicam que a condição é mais comum em mulheres e em indivíduos acima de 60 anos . Estudos apontam que esse número pode chegar a 1% a 2% na população em geral, aumentando para 4% a 10% em pessoas com mais de 60 anos. No Brasil, embora não se tenham dados exatos, estima-se que seguimos padrões semelhantes aos observados internacionalmente, com um número considerável de casos não diagnosticados.
O hipotireoidismo subclínico, forma mais leve da condição, é ainda mais comum, podendo afetar até 20% da população feminina idosa.
A causa mais frequente do hipotireoidismo é a Tireoidite de Hashimoto, uma doença autoimune em que o sistema imunológico ataca a própria tireoide.
Outras causas incluem deficiência de iodo (menos comum em regiões com sal enriquecido com iodo), tratamento de hipertireoidismo, cirurgia da tireoide, radioterapia e certos medicamentos (antibióticos, tratamentos quimioterápicos, entre outros).
Como o hipotireoidismo se relaciona com outras condições de saúde
O hipotireoidismo não é uma condição isolada; ele está estreitamente ligado a diversas outras condições de saúde, muitas vezes exacerbando ou contribuindo para o desenvolvimento de outras doenças. Essa relação reforça a importância de uma abordagem multidisciplinar no diagnóstico e no tratamento.
- Doenças cardiovasculares: o hipotireoidismo pode elevar os níveis de colesterol LDL (o "colesterol ruim") e triglicerídeos, aumentando o risco de aterosclerose e doenças cardíacas. Além disso, pode levar a bradicardia (ritmo cardíaco lento) e até mesmo insuficiência cardíaca em casos graves e não tratados.
- Saúde mental: fadiga, falta de energia e alterações de humor são sintomas clássicos do hipotireoidismo e podem facilmente ser confundidos com depressão e ansiedade. De fato, existe uma forte correlação entre as duas condições, e o tratamento adequado do hipotireoidismo pode levar a uma melhora significativa nos sintomas de saúde mental. Dificuldade de concentração e problemas de memória são queixas comuns em pacientes com hipotireoidismo, evidenciando o impacto da condição na função cognitiva.
- Ganho de peso e obesidade: a desaceleração do metabolismo causada pelo hipotireoidismo frequentemente resulta em ganho de peso, mesmo com dietas e exercícios consistentes. Essa associação pode complicar o controle da obesidade e de suas comorbidades.
- Infertilidade e saúde reprodutiva: em mulheres, o hipotireoidismo não tratado pode causar irregularidades menstruais, dificuldades para engravidar e até mesmo aumentar o risco de aborto espontâneo. Em homens, pode afetar a qualidade do esperma.
- Sistema musculoesquelético: dores musculares, fraqueza e rigidez articular são sintomas que podem ser atribuídos ao hipotireoidismo, afetando a qualidade de vida e a capacidade funcional, e comprometendo a autonomia do paciente.
Como prevenir e tratar o hipotireoidismo

Embora a prevenção do hipotireoidismo seja um desafio, principalmente o de origem autoimune, como a Tireoidite de Hashimoto, existem estratégias importantes para o manejo da condição e para a prevenção de suas complicações.
- Diagnóstico precoce: a triagem de rotina pelo médico que coordena o cuidado, especialmente em grupos de risco (mulheres, idosos, histórico familiar de doenças da tireoide ou outras doenças autoimunes), é fundamental para o diagnóstico precoce e o início do tratamento antes que os sintomas se agravem.
- Tratamento adequado: o tratamento “padrão ouro” para o hipotireoidismo é a reposição hormonal. A dosagem deve ser individualizada e ajustada regularmente com base nos níveis de TSH (hormônio estimulante da tireoide). A adesão ao tratamento é crucial para controlar os sintomas e prevenir complicações. Por isso, é de extrema importância o acompanhamento regular com a equipe de cuidados.
- Dieta equilibrada: embora a dieta não cure o hipotireoidismo, uma alimentação saudável e equilibrada, rica em nutrientes e com ingestão adequada de iodo (sem excessos, que podem ser prejudiciais em alguns casos), pode apoiar a saúde de forma geral. O papel do nutricionista é fundamental para ajudar a formular uma dieta equilibrada e adaptável ao estilo de vida.
- Estilo de vida saudável: a prática regular de exercícios físicos e a manutenção de um peso saudável são importantes para reduzir o impacto do hipotireoidismo no metabolismo e na saúde cardiovascular.
- Gerenciamento do estresse: o estresse crônico pode influenciar negativamente a função da tireoide e o sistema imunológico. Técnicas de gerenciamento do estresse, como meditação e yoga, podem ser benéficas.
- Acompanhamento médico contínuo: manter acompanhamento regular com a equipe de cuidado e realizar os exames de acompanhamento são essenciais para monitorar os níveis hormonais, ajustar a medicação e rastrear o desenvolvimento de outras condições de saúde associadas.
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Referências bibliográficas
1. Ministério da Saúde. Cuidado com os Pés das Pessoas com Diabetes Mellitus. Cadernos de Atenção Básica nº 36. Brasília: MS, 2010.
2. Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2023-2024. www.diabetes.org.br
3. International Diabetes Federation. IDF Clinical Practice Recommendations on the Diabetic Foot – 2017.
4. American Diabetes Association. Standards of Medical Care in Diabetes – 2024. Diabetes Care, 2024.
5. Boulton AJM, et al. The global burden of diabetic foot disease. Lancet, 2005.
6. Organização Mundial da Saúde (OMS). Global report on diabetes. Geneva: WHO, 2016.