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05/09/2025 12:37

Desmaiou? Sempre é bom investigar o que causou a síncope

A síncope é uma perda súbita e transitória da consciência, geralmente associada à perda do controle do corpo, com recuperação espontânea e completa. Trata-se de um sintoma comum na prática médica, podendo ser manifestação de condições benignas ou potencialmente fatais.

Por ser uma condição multifatorial, requer abordagem sistemática e individualizada. A correta classificação de risco e a identificação das causas são fundamentais para prevenir recorrências e complicações, otimizando a qualidade de vida do paciente. Em idosos, requer abordagem clínica abrangente, devido a sua apresentação atípica e múltiplas causas.

Este artigo tem como objetivo revisar os principais aspectos relacionados e fornecer orientações em caso de síncope; também revisa os principais aspectos clínicos, as causas e as orientações na síncope do idoso, visando a uma abordagem eficaz e segura.

Leia sobre:

1. Dados epidemiológicos
2. Causas da síncope
3. Diagnóstico
4. Sinais de alerta
5. Como agir em caso de desmaio
6. Conte com o nosso plano para se cuidar
7. Autodeclaração de saúde
8. Referências bibliográficas

Dados epidemiológicos

A síncope afeta todas as faixas etárias, sendo particularmente prevalente em idosos e pacientes com doenças cardiovasculares. A avaliação correta do desmaio é essencial para diferenciar causas benignas de condições que exigem intervenção médica urgente.

Problema clínico comum, com uma prevalência ao longo da vida na população em geral de aproximadamente 20%, a síncope é responsável por 1% a 3% das visitas ao departamento de emergência por ano.

Em idosos, é um desafio diagnóstico frequente na prática clínica, podendo ter causas múltiplas e impacto significativo na qualidade de vida. Nessa população, há maior prevalência de causas multifatoriais, como hipotensão ortostática (queda da pressão quando a pessoa está de pé), uso de medicamentos e outras.

É uma causa comum de quedas, internações hospitalares e perda de independência funcional de idosos. Com o envelhecimento, ocorrem alterações no controle da fisiologia do corpo que afetam a resposta cardiovascular, tornando o diagnóstico e o manejo mais difíceis. A identificação da causa é crucial para a prevenção de eventos recorrentes e complicações.

Causas da síncope

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Uma pessoa não deve perder a consciência, a não ser que haja a perturbação de uma função cerebral, causada porque o fluxo de sangue para o cérebro é reduzido. Em alguns casos, o fluxo é adequado, mas o sangue não contém oxigênio ou glicose suficientes para o funcionamento do cérebro.

As causas mais comuns de desmaio são:

Emoções fortes (como medo, dor ou visão de sangue derramado)
Tosse ou força ao evacuar ou urinar
Ficar em pé por tempo prolongado
Levantar-se repentinamente
Gravidez
Uso de determinados medicamentos (anti-hipertensivos, ansiolíticos, antidepressivos, entre outros)
Idiopática (sem razão determinada)

Diagnóstico

A avaliação inicial deve incluir anamnese (conversa com o médico) detalhada, exame físico e eletrocardiograma (ECG). Em muitos casos, esses dados já permitem suspeita diagnóstica. Testes adicionais poderão ser necessários para o diagnóstico e será solicitado pelo profissional de saúde de acordo com cada caso. A abordagem sempre é individualizada, considerando todos os aspectos clínicos do paciente.

Se possível, a pessoa que testemunhou o desmaio deve informar ao médico a descrição do evento, pois quem desmaiou pode não se lembrar.

Sinais de alerta

Em pessoas que desmaiaram, alguns sintomas e características são motivos de preocupação:

  • Desmaio ao se exercitar
  • Diversos episódios em um curto período
  • Desmaio repentino sem nenhum sintoma ou razão aparente

  • Desmaio precedido ou seguido de possíveis sintomas cardíacos, como dor torácica, palpitações ou falta de ar

  • Idade avançada

  • Lesão significativa após um desmaio (bater com a cabeça, perda de força em um dos lados do corpo, alterações na fala)

  • Histórico familiar de morte súbita inesperada, desmaio durante exercício ou episódios repetidos de desmaio ou convulsões cujas causas não foram encontradas

Como agir em caso de desmaio

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Quando uma pessoa está prestes a desmaiar, ela pode apresentar alguns sinais, como palidez intensa, suor em excesso, alteração nos batimentos cardíacos – pulso fraco e acelerado – respiração fraca e curta, náusea, tontura e escurecimento da visão.

Se a vítima apresentar sinais de que vai desmaiar, e se não tiver ferimentos ou suspeita de lesão na coluna:

  • Coloque a vítima sentada com os joelhos ligeiramente afastados e a cabeça entre eles. Esta posição facilita a chegada do sangue ao cérebro
  • Também pode-se deitar a vítima no chão para facilitar a circulação de sangue. Lembre-se de elevar as pernas e verificar a respiração e o pulso (palpar a artéria do punho – artéria radial)
  • Afrouxe as roupas da vítima para que ela fique mais confortável e facilitar a circulação do sangue e a respiração.

A conduta clínica varia conforme a causa identificada. Na síncope vasovagal, medidas como hidratação, educação postural e treinamento físico são eficazes. Em casos mais complexos e de origem cardiológica e/ou neurológica, a abordagem sempre é individualizada e o médico que coordena o cuidado irá determinar quais exames serão mais indicados para contribuir com o diagnóstico e definir o tratamento.

Conte com o nosso plano para se cuidar

O diagnóstico precoce da síncope e a intervenção adequada reduzem significativamente o risco de recorrências, quedas e mortalidade. Avaliações regulares, uso racional de medicamentos e cuidado interdisciplinar são pilares para o manejo eficaz dessa condição.

Ter uma equipe multidisciplinar para coordenar seu cuidado é fundamental para que o tratamento adequado seja instituído e a prevenção de novos eventos seja eficaz.

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Autodeclaração de saúde

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Referências bibliográficas

1. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/10006003113.pdf

2. BRIGNOLE, Michele et al. Guidelines for the diagnosis and management of syncope (version 2018). European Heart Journal, v. 39, n. 21, p. 1883–1948, 2018. DOI: https://doi.org/10.1093/eurheartj/ehy037
KAPOOR, W. N. Syncope. New England Journal of Medicine, v. 343, n. 25, p. 1856-1862, 2000.

3. OLIVEIRA, Rômulo Sampaio de; LOPES, Rosana Maria de Figueiredo. Síncope: avaliação diagnóstica e conduta. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 17, n. 3, p. 264–271, 2005.

4.SILVA, Edson dos Santos et al. Diagnóstico e tratamento da síncope na emergência. Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, v. 26, n. 2, p. 155–163, 2016.

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