A endometriose é uma condição ginecológica crônica que afeta milhões de mulheres em todo o mundo. Caracteriza-se pela presença de tecido endometrial (camada interna do útero) para fora da cavidade uterina, o que pode causar dor intensa, irregularidades menstruais e, em alguns casos, infertilidade. Este artigo explora a definição, possíveis causas, sintomas, diagnóstico e aspectos em relação ao tratamento da endometriose, além de discutir a importância de uma abordagem multidisciplinar no manejo da doença.

Leia sobre:

1. Definição e epidemiologia
2. Possíveis causas
3. Sinais e sintomas
4. Diagnóstico
5. Tratamento
6. Abordagem multidisciplinar
7. Conte com o nosso plano para se cuidar
8. Autodeclaração de saúde
9. Referências bibliográficas

Definição e epidemiologia

A endometriose é definida como a presença de tecido semelhante ao endométrio (o revestimento interno do útero) em locais fora do útero, como nos ovários, nas trompas, na superfície externa do útero e em outros órgãos do abdome e pelve. A prevalência da endometriose varia, mas estudos estimam que entre 10% e 15% das mulheres em idade reprodutiva são afetadas pela condição.

Possíveis causas

Embora a etiologia (causa) da endometriose ainda não seja completamente compreendida, várias teorias têm sido propostas. A teoria da menstruação retrógrada sugere que o fluxo menstrual pode retornar pelas trompas para dentro da cavidade pélvica, levando à implantação de células endometriais fora do útero. Outras teorias incluem fatores genéticos, imunológicos e ambientais que podem contribuir para o desenvolvimento da doença.

Sinais e sintomas

Os sinais e sintomas da endometriose podem variar amplamente entre as mulheres. Os mais comuns incluem:

• Dor pélvica, que pode ser severa e frequentemente coincide com o ciclo menstrual
• Dismenorreia (cólica menstrual intensa)
• Dor durante a relação sexual
• Sangramento irregular ou intenso
• Infertilidade (presente em cerca de 30% a 40% das mulheres com endometriose)
• Queixas urinárias ou intestinais cíclicas (mais frequente nos casos de endometriose mais grave)

Diagnóstico

O diagnóstico da endometriose é desafiador, pois os sintomas podem ser semelhantes a outras condições. A média entre o início dos sintomas e a confirmação da doença é de sete anos. O exame físico e a história clínica são fundamentais, mas frequentemente um diagnóstico definitivo requer exames mais específicos ou a necessidade de uma abordagem cirúrgica por videolaparoscopia para uma biópsia.

É extremamente importante que a mulher realize anualmente a rotina ginecológica, pois quanto mais precocemente o diagnóstico for feito, o tratamento mais adequado pode ser implementado, evitando a evolução da doença e suas complicações mais graves, como infertilidade e comprometimento de outros órgãos.

Tratamento

O tratamento da endometriose é individualizado, ou seja, cada paciente terá necessidades diferentes que podem incluir tratamento conservador ou necessitar de intervenção cirúrgica, dependendo da gravidade dos sintomas. Em mulheres mais jovens com quadros mais severos, a questão reprodutiva (desejo de ter filhos) pode definir condutas mais específicas, como a cirurgia.

Abordagem multidisciplinar

É crucial que o manejo da endometriose envolva uma abordagem multidisciplinar, incluindo clínicos, ginecologistas e outros profissionais da saúde, como nutricionistas e psicólogos. Isso garante que as mulheres recebam um tratamento abrangente que aborde não apenas os aspectos físicos, mas também emocionais da doença. Devido ao desafio do diagnóstico - que pode levar anos - o suporte psicológico para sofrimento psíquico é extremamente relevante para o sucesso do tratamento e manejo das possíveis complicações.

Conte com o nosso plano para se cuidar

A endometriose é uma condição complexa que requer atenção e compreensão adequadas. Por meio da educação, do diagnóstico precoce e de um tratamento eficaz, é possível melhorar a qualidade de vida das mulheres afetadas. Mais pesquisas são necessárias para entender melhor a doença e desenvolver novas terapias.

Além de manter a rotina ginecológica em dia com o seu ginecologista, acompanhar a saúde com uma equipe multidisciplinar é essencial para manter a qualidade de vida mesmo com a endometriose. Oferecemos a todo o nosso público beneficiário por meio do Programa Cuidar | Atenção Primária. Em parceria com o Sírio-Libanês, todos os atendimentos desse programa são isentos de coparticipação. Confira aqui como se inscrever.

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Referências bibliográficas

1. D'Hooghe, T. M., & Raeymaekers, P. (2007). Laparoscopy for endometriosis: the gold standard? Human Reproduction Update, 13(1), 1-10.
2. Giudice, L. C. (2010). Endometriosis. New England Journal of Medicine, 362(25), 2389-2398.
3. Henderson, L., et al. (2019). The impact of endometriosis on women's lives: a systematic review. BMC Women's Health, 19(1), 1-12.
4. Nnoaham, K. E., et al. (2011). The prevalence of endometriosis: a systematic review. Human Reproduction Update, 17(3), 221-230.
5. Sampson, J. A. (1927). Endometrial carcinoma of the ovary. American Journal of Obstetrics and Gynecology, 14(4), 422-469.
6. Endometriose — Ministério da Saúde
7. Endometriose 2021 – Protocolos Febrasgo (Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia)